HISTÓRIA
AS ORIGENS
O nome de Feira de Santana está relacionado ao evento que deu origem ao próprio nascimento da cidade: o surgimento de uma pequena feira-livre no local que servia de pouso para tropeiros, boiadeiros e vaqueiros, na fazenda do pioneiro Domingos Barbosa de Araujo. Embora não haja consenso entre os historiadores, predomina a versão de que Feira de Santana surgiu no início do século XVIII, quando uma pequena capela foi erguida na fazenda de propriedade do casal Domingos Barbosa de Araujo e Ana Brandão, conhecida também como Ana Brandoa. A fazenda, instalada em terras da paróquia de São José das Itapororocas, comarca de Cachoeira, chamava-se Sant ́Anna dos Olhos D ́água, em homenagem à santa de devoção do casal, e a uma importante característica do local onde estava situada: a fartura de nascentes e lagoas. Eram esses mananciais que matavam a sede dos tropeiros, boiadeiros e demais viajantes que iam do litoral para o interior, ou faziam a viagem em sentido contrário, para abastecer Cachoeira e Salvador com as mercadorias que traziam do sertão. E era nessa fazenda que eles faziam pouso para descansar e matar a sede, deles e dos animais. E para fazer suas orações na capela de Sant ́Anna, que viria a ser, mais de dois séculos depois, após várias intervenções, a Catedral de Santana. Aos poucos, o pouso foi atraindo pequenos comerciantes das vizinhanças, e logo foi estabelecida, no local, uma feirinha periódica e um incipiente comércio de gado. Por causa do nome da fazenda, a feira ficou conhecida como “feira de Sant ́Anna dos Olhos D ́água”. Em pouco tempo ela deu origem a um arraial, no entorno da capela erguida por Domingos Barbosa de Araujo. Em 1820 já se tornara um povoado conhecido em toda a região. Em 13 de novembro de 1832, foi alçada à condição de vila, desmembrando-se de Cachoeira. Foi efetivada como município autônomo em 18 de setembro de 1833, com a instalação da primeira Câmara de Vereadores, que assumia o governo municipal. Em 16 de junho de 1873, é elevada à categoria de cidade, com o nome de Cidade Comercial de Feira de Santana. Só em 30 de novembro de 1938 ganharia o definitivo nome de Feira de Santana. A feira que deu origem ao próprio nome da cidade cresceu de forma exponencial ao longo das décadas. Tornou-se majestosa, ocupando grande parte do centro comercial. Era uma das maiores do Nordeste, equivalente às feiras de Caruaru, em Pernambuco, e de Campina Grande, na Paraíba. Atraía comerciantes e consumidores de várias partes da Bahia e de outros estados, e turistas de todo o País e também do exterior. Mas foi extinta em 1977 pela Prefeitura, que a transferiu para o Centro de Abastecimento. A feira de gado, que também estava na origem da cidade, tornou-se, igualmente, uma das maiores do País. Chegou a ocupar três lugares diferentes na área urbana, para melhor acomodar e potencializar os negócios nela realizados. Envolvia volumosos recursos na compra e na venda de animais, que vinham até de estados distantes, como Piauí, Goiás e Minas Gerais. Reunia centenas de pecuaristas, negociantes, boiadeiros e vaqueiros, que se tornaram tipos humanos característicos do município. Aos poucos foi definhando, cedendo lugar ao comércio, à indústria e ao serviço. Hoje, funcionando em lugar distante do centro da cidade, conhecido como Campo do Gado Novo, não tem a mesma pujança do passado, mas ainda desempenha um importante papel na economia de Feira de Santana e da região.